tag:blogger.com,1999:blog-8731298738790899569.post3699200451257815557..comments2018-03-18T16:26:16.581-07:00Comments on Atlântico Nordeste - Açores: Atlântico Nordestehttp://www.blogger.com/profile/03547293906165559502noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-8731298738790899569.post-81634730649790033112018-03-18T16:26:16.581-07:002018-03-18T16:26:16.581-07:00Em dialogo no FB a propósito da “estrangeira dos m...Em dialogo no FB a propósito da “estrangeira dos milhões”, que comprou a maioria das casas e terrenos da Fajã do Araújo por volta de 2014/5/6. <br /><br />Jorge Araújo: Desconfio. Eu nada tenho lá mas se tivesse não vendia. Eu não conheço a sra. mas pelo que ouvi é uma pessoa relativamente nova. Pergunto onde vem o dinheiro? Como o arranjou? Não estará a ser cometidas ilegalidades? Só o tempo nos dará respostas.<br /><br />Resposta: “Se assumirmos que a natureza humana não mudou na última meia dezena de milhares de anos, não será difícil formular hipóteses. Depois, a passagem do tempo mostrará quais as hipóteses que não fazem sentido e onde estará a razão, a mão ou a vontade que gera semelhante acção (um Europeu continental a comprar uma remota fajã numa ilha afastada no meio do Atlântico). E descobrindo isso, é mais fácil antever as consequências dessas compras.<br />A questão da legalidade é relativa. Para quem tem poder, quando a lei colide com um interesse, não se altera o interesse mas sim a lei. Neste assunto de fajã isso não parece ser o caso, uma vez que é assunto demasiado irrelevante no contexto Regional para justificar habilidades dessas.<br />Todavia não estou a fazer qualquer apologia do imobilismo; longe disso. O que temo são os extremos: ou seja, por um lado, a alteração completa do “ADN” ou do “ecossistema” humanizado das comunidades que sucessivamente ocuparam aquele local ou, por outro, a devolução completa daquela fajã à natureza (ao mato). <br />Nesta perspectiva julgo que ainda fica uma grande faixa de soluções globalmente aceitáveis. Mas se tiver de acontecer alguma mudança drástica, pelo menos que fique registo significativo daqueles e daquilo que por lá passou. E por lá passou muita coisa, durante séculos, cuja memória se perdeu completamente.<br /><br />Também é preciso não esquecer que toda aquela área está sujeita a Planos de Ordenamento de variada natureza, tutelados por variadas instituições. Esses Planos retiram imensos direitos aos proprietários. Um deles é o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) que define toda aquela área como Espaço Natural. Segundo esse Plano, quase nada se pode fazer ali. Mas na vizinha Fajã do Calhau passava-se o mesmo e, mesmo assim, abriu-se a grande via de acesso que todos conhecemos. Portanto, não será um voluntarioso estrangeiro que, com dinheiro mas isolado, construirá ou destruirá aquilo. Se o POOC se desviar, suficientemente, e aceitar uma proposta de grande alteração, é porque alguém com poder para isso o determinou.<br />Pelo lado contrário, se a “investidora” se fartar daquilo como presentemente se encontra e se ela perder a motivação ou força para mais diligências, aquela fajã corre o risco de cair no abandono. E se cair no abandono desaparecerão os sinais físicos da memória daqueles que por ali passaram, incluindo daqueles cuja infância ou juventude, em regime de recreio ou outro, se intersectou com aquela paradisíaca natureza.”<br />Atlântico Nordestehttps://www.blogger.com/profile/03547293906165559502noreply@blogger.com